
As hortas comunitárias têm o papel de produzir alimentos através do trabalho voluntário da comunidade. Além da produção de alimentos para o consumo próprio, as hortas comunitárias oferecem vários benefícios ambientais, sustentáveis e educacionais, promove a interação das pessoas com a natureza através de práticas que proporcionam benefícios físicos e mentais, bem como a possibilidade de renda pela comercialização de seus produtos ou mesmo na economia financeira de não ter de comprar essas hortaliças.
As hortas comunitárias são espaços de cultivo que oferecem inúmeros benefícios para uma determinada comunidade. Dos mais importantes, destacam-se os seguintes:
- O cultivo de alimentos sempre frescos e à mão de semear. Os alimentos não necessitam de percorrer vários quilómetros para chegar à mesa de uma família ou de uma comunidade, nem precisam de esperar muito tempo para serem consumidos.
- A produção de legumes e vegetais para o consumo de escolas, instituições ou famílias de baixos rendimentos.
- A melhoria da qualidade da alimentação de uma dada comunidade com o consumo de produtos frescos e naturais.
- A possibilidade de ocupar os cidadãos desempregados que moram nos centros urbanos, reduzindo os custos com a mão-de-obra.
- A redução das despesas com a alimentação.
- A hipótese de colocar as mãos na terra e desenvolver uma atividade relaxante que liberte o stress do dia-a-dia.
- A possibilidade de contribuir para a beleza natural e para o desenvolvimento de uma região em um espaço que, possivelmente, estaria abandonado e subvalorizado.
- A construção de um espaço de convívio e de aprendizagem mútua. Estes espaços são constituídos como locais de formação para jovens e crianças, pois vão fazer com que valorizem e desenvolvam uma maior consciência ambiental.
- A requalificação e a renovação da paisagem urbana e a contribuição para os projetos de inclusão social.
Exemplos belorizontinos relacionados a Hortas Comunitárias e a agricultura Urbana
Lote remanescente da duplicação da Antônio Carlos vira ‘Quintal do Sô Antônio’.

Por iniciativa da atriz e produtora musical Cida Barcelos transformou – com a ajuda de moradores e comerciantes da região – um terreno entre a avenida Antônio Carlos e a rua Francisco Soucasseaux em “Quintal do Sô Antônio”. “Era uma área abandonada, pertencente à Prefeitura de Belo Horizonte, hoje reconhecido pela PBH, e incluindo no “Adote o Verde”. O local é motivo de orgulho. “Pode observar que ninguém tem uma esquina mais bonita que a nossa”, afirma a aposentada Jane Botelho vizinha do local. .
Horta Comunitária Jardim Produtivo
O Jardim Produtivo é uma experiência de horta comunitária produtiva que deu certo na cidade iniciado em 2008 em parceria com a prefeitura de Belo Horizonte, a horta foi estruturada em um terreno de 3.500 metros quadrados pertencente à prefeitura anexo ao conjunto habitacional Pongelupe no Barreiro. No início vinte e sete famílias do entorno participaram do curso de capacitação que deu início à horta. Hoje hortaliças são vendidas a um preço único: R$2, para os vizinhos. A partir de 2010, os agricultores que antes compartilhavam plantio e colheita optaram por um esquema de canteiros individuais, com o lema “Ninguém mexe no canteiro do outro.” A demanda, segundo os agricultores, é sempre superior a produção.
I Encontro Itinerante das Hortas Comunitárias de Belo Horizonte e Agroecologia
No dia 30 de novembro de 2019 aconteceu o I Encontro Itinerante das Hortas Comunitárias de Belo Horizonte e Agroecologia, no Aglomerado Barragem Santa Lúcia. O segundo encontro proposto para 2020 ainda não se realizou devido a pandemia do coronasvírus. O objetivo do Encontro foi contribuir para a interação e relações entre os agricultores de hortas comunitárias de Belo Horizonte, cultivada sem agrotóxicos, e para a formação de uma rede de hortas comunitárias agroecológicas. Participaram deste encontro representantes da Horta Agroflorestal da Vila Acaba Mundo, da Horta Bela Vista, da Horta Encantada, da Horta Escadão Agroecológico do Esplanada, da Horta Lá de Casa, da Horta do Taquaril, da Horta Morro Verde do Morro das Pedras e da Horta Comunitária Esperança.
Ações Institucionais
A subsecretaria de Segurança Alimentar e Nutricional da PBH através da Gerência de Fomento à Agricultura Familiar e Urbana e promove parcerias com 247 projetos de agricultura urbana na cidade, classificados em:
Sistemas Agroecológicos Escolares, são 163 projetos – UMEIS , escolas municipais e creches conveniadas onde as responsáveis são em sua maioria as cantineiras da rede municipal e os professores da escolas. E este número pode ser maior se computado as iniciativa dos colégios particulares.
Sistemas Agroecológicos Institucionais, são 47 projetos localizados em equipamentos públicos, que vão deste a um posto de saúde, asilos, a campo de futebol e compreende o conjunto de equipamentos que não são da área da educação.

Sistemas Agroecológicos Coletivos, são 37 projetos desenvolvidos em terrenos próprios da Comunidade.
Outra ação importante de atuação institucional da cidade e a Emater que oferece oficinas públicas e gratuitas para o plantio de hortaliças em espaços alternativos e a utilização de recipientes de plantios tipo pneus, garrafas, caixotes, pets e outros materiais recicláveis. Outra iniciativa do órgão e a parceria nas ações do Programa Hortas Escolares e Comunitárias da Secretaria Municipal Adjunta de Segurança Alimentar e Nutricional da PBH, onde a entidade entra com o apoio tecnológico, palestras nas escolas e doação de sementes.
De acordo com a Emater, em BH o órgão atua, desenvolvendo projetos de incentivo à agricultura urbana em 98 escolas públicas municipais e 11 estaduais e, apoio a 69 hortas familiares de comunidades.
Iniciativas e encontros e ações institucionais como essas demonstram que em Belo Horizonte a agricultura urbana na capital tem raízes que vão desde a origem da cidade e produz muito mais alimentos do que as pessoas imaginam.
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