BH implanta Cadastro e Gestão do Inventário das Árvores

Projeto de uma década.

O  primeiro passo para a realização do “Inventário das Árvores de BH”  foi um convênio assinado no início de 2011, entre a Prefeitura de Belo Horizonte e a Universidade Federal de Lavras, através do seu departamento de Ciências Florestais. A iniciativa contou com o apoio da Cemig e suporte de TI da Prodabel. Na ocasião seriam diagnosticadas cerca de 250 mil árvores estimadas em logradouros públicos, todas as árvores analisadas foram cadastradas e incluídas no Sistema de Informações do Inventário de Árvores de Belo Horizonte (SIIA-BH)  instalado no DataCenter da Prodabel.

A Secretaria Municipal de Meio na época listou 57 itens a serem verificados. Entre os itens, destacam-se aqueles relacionados à saúde da árvore e, caso fosse verificado algum risco, a população quanto a árvore.

Na época, a previsão era de que o levantamento fosse finalizado em um ou dois anos. Diversas justificativas foram apresentadas para explicar os atrasos: falta de experiência dos técnicos, chuvas, questões burocráticas e até mesmo a falta de segurança, já que os trabalhadores fazem a coleta com tablets – para isso, a gestão municipal determinou que guardas municipais acompanhassem os técnicos.

 Retomado como prioridade na atual gestão devido o aumento de quedas de arvores, decorrentes excesso do volume de chuva e dos  fortes ventos na capital, frutos das mudanças climáticas. Em 2018, após 2 mandatos diferentes, a PBH conseguiu totalizar o mapeamento de 300 mil árvores. Ainda falta realizar o trabalho em parte da regional Pampulha e nas regionais Norte, Nordeste, Venda Nova e Barreiro.

O levantamento tem dado à Prefeitura dados importantes em diversas questões relacionadas às árvore, gerando uma lista com o endereço/localização de todas as árvores,o estado fitossanitário (saúde da árvore), a realização de uma análise preventiva, bem como a identificação  da espécies.

Além de entender a cobertura por árvores do município, projeto busca estabelecer mecanismos de monitoramento e controle da arborização viária

Antes haviam estimativas que fossem cadastradas cerca de 250 mil unidades, porém houve necessidade em ampliar o projeto que será finalizado com o cadastramento de aproximadamente 500 mil árvores.

Responsável pela gestão do inventário das árvores do município, a Secretaria municipal de Meio Ambiente, tem atualizado esse inventário. As equipes da secretaria, por meio de um sistema de informação fornecido pela empresa GT4W,  utilizam um banco de dados único e múltiplas informações, que são acessíveis, consultadas e editadas, permitindo ao município manter atualizada a base de árvores, bem como prover estudos, análise e gerações de indicadores pertinentes a gestão do município. Outro objetivo é antecipar possíveis quedas de árvores, associando diversas informações e projeções, para sustentar a tomada as medidas preventivas em cada caso, uma vez que estas quedas podem causar perdas materiais e humanas. Até o momento o Inventário identificou a existência 566 espécies de árvores floríferas na cidade. Das 300 mil espécimes já recenseadas, 308 são de gêneros com floração expressiva, além de 141 que produzem frutos consumidos pela fauna urbana e até pela população. Região Oeste concentra maior quantidade de árvores floríferas da cidade. A PBH sabe que ao menos 1,4 mil unidades estão infestadas por um inseto – Euchroma gigantea, conhecido como “besouro metálico” – que pode comprometer os sistemas estruturais da árvore. Outras 700 já foram suprimidas justamente por esse problema. E a estimativa de que 10% das  árvores na capital estão condenadas ou em situadas inadequadas.

A sibipiruna é, no momento, a árvore florífera mais comum na cidade, com 18.946 unidades catalogadas. A Região Oeste é a que concentra maior quantidade de árvores floríferas de BH. As espécies que são mais conhecidas da população como os ipês e as quaresmeiras, também fazem parte do gênero das floríferas mais comuns da capital. A murta é a segunda espécie de árvore florífera mais encontrada na cidade, são 18.585 unidades catalogadas. 

Sibipiruna

Sabia quais são as 10 espécies mais plantadas na cidade:

  • Sibipiruna – 18.946
  • Murta – 18.585
  • Quaresmeira – 10.502
  • Ipê rosa – 9.665
  • Resedá – 6.321
  • Pata de vaca – 6.263
  • Ipê tabaco – 6.034
  • Magnólia – 5.599
  • Escumilha africana – 5.388
  • Ipê amarelo – 2.807

Reservas Particulares Ecológicas em BH

Uma das formas de garantir e promover a qualidade do ambiente urbano é preservar e manter as áreas verdes existentes, por meio da criação de parques e pela proteção aos cursos d’água naturais, proporcionando a coletividade espaços de lazer, o convívio social e garantindo a preservação do meio ambiente e a fauna.  Além das áreas verdes já consolidadas e institucionalizadas pelo município, como os parques e demais áreas já protegidas, bem  como,  os  espaços  situados em universidades, hortos, zoológicos e jardins botânicos a cidade de BH dispõe de Reservas Particulares Ecológicas.

Mata da Reserva Florestal da Empresa Siderúrgica Vallourec do Brasil

Entre as áreas verdes localizadas em propriedade particulares, destacam-se os vinte hectares de vegetação contidas na Reserva Florestal da Empresa Siderúrgica Vallourec do Brasil, localizada no Barreiro, e treze hectares da Reserva Particular do Patrimônio Natural do Minas Tênis Clube localizado à extremo leste do município, na Regional Leste.  Os fragmentos menores são constituídos por Reservas Particulares Ecológicas (RPEs) que, somados, totalizam 11 áreas protegidas e possuem aproximadamente 30 hectares, com um total de 290.263,20 metros quadrados. 

O que é a Reserva Particular Ecológica

As  RPEs foram criadas e são institucionalizadas pelo município de Belo Horizonte através da Lei Municipal nº 6.314/93  que define em  seu artigo 1º  “Qualquer pessoa, física  ou jurídica, poderá requerer ao executivo que institua em imóvel de sua propriedade, Reserva Particular Ecológica, por reconhecê-la como de valor ecológico, total ou parcialmente”. Com o objetivo de estimular a preservação de áreas de propriedade particular de grande relevância sob o ponto de vista ambiental.

As Reservas Particulares Ecológicas são instituídas por iniciativas dos  próprios proprietários dos imóveis, que podem requisitar ao executivo a transformação do terreno nesse tipo de reserva pelo período mínimo de 20 anos, da totalidade ou de apenas parte de suas propriedades, com isenção proporcional de IPTU, dando assim incentivos aos proprietários de áreas urbanas que as mantêm preservadas e transformadas em áreas de proteção ambiental.

Esses dados evidenciam que o número atual de reservas não faz jus ao tamanho da capital. Na tentativa de mudar o cenário, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) iniciou um amplo projeto de divulgação. Foi feito um mapeamento em fotos aéreas de Belo Horizonte dos pontos onde há resquícios de vegetação. Mais de 20 áreas, em diversas regiões da cidade, têm potencial para se tornar RPEs.

Importância

As RPEs apresentam atributos bióticos – fauna e flora – importantes para o contexto da região em que se insere, formando com outras áreas verdes da região um mosaico de ilhas verde que permitem a sustentação das espécies silvestres de caráter antropizado – aquelas que toleram ou convivem bem com os ambientes urbanizados.

Essas reservas apresentam massa de vegetação arbórea preservada expressiva, dentro de um perímetro de grande urbanização do Município, o que contribui para o microclima da região, a retenção de partículas sólidas em suspensão e a redução da poluição do ar na região.

Também constituem área permeável expressiva, o que contribui positivamente para a integridade das áreas vizinhas, estas com área permeável ausente ou inexpressiva, uma vez que permite o direcionamento e a infiltração das águas pluviais, evitando, com isso, um maior volume de água nessas áreas, diminuindo a probabilidade de enchentes e sedimentos em forma de enxurrada.

Qualquer pessoa, física ou jurídica, poderá requerer ao Executivo que institua em imóvel de sua  propriedade uma Reserva Particular Ecológica, por reconhecê-la como de valor ecológico, total ou parcialmente, devendo encaminhar ofício à Secretaria Municipal de Meio Ambiente – SMMA/PBH, via BH Resolve que realizará um estudo para verificar se o imóvel se enquadra dentro das finalidades de proteção ambiental.